O segundo maior perdedor da manifestação flopada do Bolsonaro foi o PT

Bolsonaro ontem caiu a ficha que a prisão é certa. Saiu menor e perdeu capital político. Deu até uma certo alívio ao Supremo. Ficou claro que quando Bolsonaro for condenado não vai haver pressão popular além de uns gatos pingados chorando na porta do quartel onde Bolsonaro ficará hospedado à título de prisão.

O segundo maior perdedor foi o PT. Sua estratégia para escapar do sumidouro de popularidade para onde Haddad arrasta o partido, era a polarização. Seu maior capital eleitoral era fazer crer ao eleitor que o espantalho de um governo de extrema direita estaria mais forte do que nunca. Ontem o espantalho demonstrou que, mesmo com a crise de popularidade do Lula, é uma sombra esfarrapada do que foi.

Entretanto resta uma parte da incógnita de vácuo de poder. Embora a população não compre o projeto do PT como solução para seus problemas, também não foi para a extrema direita. Se aparecer uma alternativa de poder ao petismo, a frente ampla se desmancha.

É nisso que reside o pesadelo petista. Se você tirar da equação o argumento de que se não votar PT o fascismo volta, sobra o que? Um administrador do capitalismo tardio periférico que não empolga a esquerda e é odiado pela centro direita. A única liga que une a frente ampla é o espantalho da extrema direita. Se aparecer um candidato que consiga convencer o eleitorado que é um bom administrador e que não flerta com a ditadura, o PT vai ter de encontrar um caminho onde consiga convencer o eleitor das suas qualidades. Hoje a única qualidade que o partido apresenta é não ser Bolsonaro.